quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
A pressão de Obama sobre a África do Sul em relação Zimbábue
"O presidente Obama enfatizou a importância da liderança sul-africana como democracia forte e vibrante na África. Os dois líderes discutiram suas preocupações com a situação no Zimbábue", informou o comunicado da Casa Branca.
"O presidente notou que a África do Sul tem um papel crucial para ajudar a encontrar uma solução para a crise política no Zimbábue".
A economia zimbabuana está em ruínas com uma megainflação. Além disso, uma epidemia de cólera matou quase 2.900 pessoas desde agosto.
As negociações de divisão de poder entre o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, e Morgan Tsvangirai, líder do principal partido de oposição, estão empacadas.
O Departamento de Estado norte-americano disse na segunda-feira que a secretária de Estado, Hillary Clinton, está preocupada com a recusa de Mugabe em acertar um acordo e quer que a África do Sul, que tem o maior poder econômico e diplomático local, o pressione mais.
(Reuters)
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Obama e o fim de Guatánamo!

Os juízes acataram a solicitação do novo presidente americano, Barack Obama, que havia ordenado que os promotores pedissem a paralisação de todos os processos militares contra réus de Guantánamo.
Entre os réus cujas audiências foram suspensas está Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser um dos principais responsáveis por planejar os ataques do 11 de Setembro.
A suspensão dos julgamentos militares em Guantánamo foi interpretada como o mais claro sinal de que Obama pretende cumprir sua promessa de campanha de fechar a prisão, alvo de críticas de ativistas de direitos humanos.
No entanto, o novo governo americano ainda precisará determinar quais prisioneiros serão libertados e quais deverão continuar a ser processados.
Revisão
A suspensão dos processos permitirá ao novo governo rever os casos dos réus que estão sendo julgados na base e os procedimentos e normas adotados na prisão.
Além do julgamento dos cinco acusados de envolvimento no 11 de Setembro, o processo contra Omar Khadr - um canadense acusado de matar um soldado dos Estados Unidos no Afeganistão em 2002 - também foi paralisado.
A base de Guantánamo abriga, no momento, 248 prisioneiros e alguns dos réus - incluindo Khalid Sheikh Mohammed - se manifestaram contra a paralisação dos processos.
Um dia depois de assumir o cargo de presidente, Obama realiza nesta quarta-feira uma série de reuniões com seus assessores econômicos e militares.
A expectativa é de que o presidente discuta o futuro das operações militares americanas no Iraque e no Afeganistão e detalhes de um pacote de ajuda econômica de US$ 825 bilhões.
Na campanha presidencial, Obama prometeu tirar as tropas americanas do Iraque em 16 meses e reforçar as operações no Afeganistão.
Mais de 140 mil soldados americanos ainda estão estacionados no Iraque.
Gabinete
Em outra medida tomada nas suas primeiras horas como presidente, Obama decidiu paralisar a implementação de medidas tomadas pelo ex-presidente George W. Bush nos seus dias finais no poder.
Trata-se de um procedimento comum quando um novo presidente assume o poder nos Estados Unidos.
O chefe de gabinete de Obama, Rahm Emanuel, determinou que todas as agências e departamentos do governo não implementem novas normas regulatórias até que eles passem por uma revisão.
Grande parte dos membros do governo de Obama já foi empossada, mas algumas figuras-chave ainda precisam passar por sabatinas no Senado ou debates para a confirmação no cargo.
O Senado americano, que tradicionalmente aprova com rapidez os membros de novos governos, confirmou nesta terça-feira seis nomes indicados por Barack Obama, incluindo a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, e o secretário de Energia, Steven Chu.
No entanto, a aprovação da senadora Hillary Clinton como secretária de Estado foi adiada depois que um senador republicano solicitou um debate sobre as doações feitas por estrangeiros à fundação de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton.
O debate seria realizado nesta quarta-feira, e a confirmação do nome de Hillary no cargo era esperada após a conclusão das deliberações.
Timothy Geithner, nomeado para o cargo de chefe do Departamento do Tesouro, também foi submetido nesta quarta-feira a uma sabatina no Senado e teve que explicar por que deixou de pagar alguns impostos quando trabalhava para o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Outros membros do gabinete de Obama que ainda precisam ser confirmados pelo Senado são Eric Holder, indicado para a pasta da Justiça, e Tom Daschle, para a Saúde.
Obama e a política externa americana!

Em meio à retórica altiva e aos pedidos para que os americanos enfrentem os desafios que estão por vir, há uma quantidade significativa de política externa neste discurso de posse.
Obama deu ênfase à liderança americana no mundo, mas de um modo diferente da liderança pregada pelo governo de George W. Bush.
Ele disse que o poder militar não pode garantir sozinho a segurança dos EUA, assim como não pode permitir que o país aja da maneira como quiser.
Obama afirmou que este poder tem de crescer por meio de seu “uso prudente” e ressaltou a importância da força do exemplo americano.
Estão aí todos os elementos do chamado “smart power” (poder inteligente), um amálgama de poderio militar, diplomacia e ferramentas políticas e culturais que deve ser visto com mais freqüência nos próximos anos.
Novas abordagens
O poder militar, no entanto, não está sendo abandonado totalmente. Obama também falou de maneira enfática que os Estados Unidos estão em guerra “contra uma grande rede de violência e ódio”.
No entanto, nós provavelmente iremos ouvir muito menos o célebre lema “guerra global contra o terror”, muito usado na era Bush e que, segundo especialistas, mostra uma visão distorcida da abordagem norte-americana no mundo.
Obama também falou sobre a busca de uma nova maneira de lidar com o mundo muçulmano.
Ele ressaltou um desejo de relacionamento com regimes que se opõem aos Estados Unidos. Para eles, afirmou: “Nós estenderemos uma mão, se vocês abrirem as suas antes”.
Há ainda alguns indícios de que este será um governo que procurará reunir diferentes partes do espectro político.
Sua referência à maneira com que os americanos usam energia – ameaçando o planeta ao mesmo tempo em que fortalece governos adversários – revela as ligações entre o pensamento de segurança tradicional e as novas ameaças ao planeta como um todo.